Antes de mais nada, quero dizer que estou “Mareado”, o cheiro de mar e o balançar das ondas, consegue fazer qualquer homem, virar criancinha e ficar gofando.
Mas, o que quero trazer a todos, neste último POST do ano, é sobre Chanukah, a festa judaica das Luzes.
A Festa de Chanukah lembra a todos que Antiocus, rei da Síria, governou a Terra de Israel depois da morte de Alexandre, o Grande. Pressionou os judeus a aceitarem a cultura greco-helenista, proibindo o cumprimento das mitsvot (preceitos) da Torá e forçando a prática da idolatria pagã.
Antiocus foi apoiado por milhares de soldados de seu exército. Em 165 AEC, os Macabeus, corajosos lutadores oriundos de uma família de muita fé, os Chashmonaim, apesar do antagonismo esmagador, saíram vitoriosos de uma batalha travada contra o inimigo. Mas nestes dias, às vésperas de Chanucá, é adequado analisar de onde os poucos Macabeus conseguiram tanta força para lutar e fazer retroceder as poderosas legiões que avançavam contra eles.
Pelo que lutaram? Lutaram por poder e glória, por riqueza ou por um lar? Ou, antes, batalharam para preservar um ideal, para perpetuar uma norma de vida tão preciosa a eles, ao ponto de dar suas vidas pela causa? A resposta é evidente por si só. E isso é o que espero de nossa atual luta, que seja por ideais.
Os Macabeus lutaram por aqueles ideais e valores que tornaram o judaísmo "único" – amor e louvor a D’us, santidade e humildade, amor ao próximo, busca da justiça.
A Festa de Chanucá proclama a necessidade do homem de possuir ideais. Ninguém nega que o ser humano carece de ideais para viver. O Profeta Zecharyá exorta o povo afirmando que o homem não vive pela "força e poder", mas pelo espírito do Altíssimo. O homem necessita destes ideais para que sirvam de bússola através dos mares turbulentos e tempestuosos da vida. São os valores que diferenciam o homem dos animais selvagens. São os ideais que distinguem a comunidade civilizada das que vivem nas selvas. Foi o ideal judaico que acendeu a chama da rebelião nos corações dos Macabeus. No mundo materialista de hoje, mais do que nunca, o indivíduo necessita de ideais para viver.
A ciência, com todas as vantagens materiais para o homem, não foi capaz de saciar a fome da alma humana. Não é de espantar que nossos jovens idealistas tenham se decepcionado, por que não conseguem aceitar as terríveis incompatibilidades da sociedade e as hipocrisias dos mais velhos, que lhes saltam aos olhos a cada momento.
Há um grande abismo entre o ideal e o real.
A mensagem dos Macabeus para nossa era é levantar uma ponte sobre as brechas entre nossos ideais professos e as realidades práticas da vida. Nós judeus esperamos que a violência e a força dêem lugar ao poder da palavra, do pensamento, do espírito, e a luz da bondade e da verdade possa dissipar a escuridão da cobiça, da opressão e da falsidade.
O Templo Sagrado, violado pelos rituais greco-pagãos, foi novamente purificado e consagrado e a Menorá (candelabro) reacesa com o azeite puro de oliva, descoberto no Templo.
A quantidade encontrada era suficiente para apenas um dia, mas milagrosamente durou 8 dias, até que um novo óleo puro pudesse ser produzido e trazido ao Templo. Em lembrança destes milagres comemoramos Chanucá durante oito dias.
Podemos fazer mil ligações Cabalisticas com "D’us viu que a luz era boa e separou entre a luz e a escuridão. D’us chamou a luz, ‘dia’ e a escuridão chamou ‘noite’; foi tarde e foi manhã, dia um" (Bereshit I:4-5) sobre a separação entre trevas e Luz. Porém o mais importante é saber, e confiar na Providência Divina. O Azeite para um dia, queimou por oito dias. Não importa se você o suficiente para apenas um dia, uma feira ou um mês. Vivemos num mundo onde problemas financeiros atinge a todos. Mas não importa, confie em D’us.
Que as luzes que brilham em todas as Chnukiot mundo a fora, da noite de hoje até a noite do dia 27/12, brilhem sobre cada um de nós, judeus, muçulmanos, cristãos, budistas, ateus, enfim, seres humanos para que possamos nos rededicar àqueles nobres ideias defendidos pelos Macabeus.
Chag Sameach… Vou tentar curtir um pouco de onde estou, porque sentir-se sozinho, mesmo cercado de gente é algo estranho.