terça-feira, 11 de novembro de 2008

O Enrabador do Deserto (Antonio Juraci Siqueira)

Não lembro quando nem onde ou de quem eu escutei essa história interessante que agora relatarei. Se é mentira ou se é verdade, por minha felicidade, caros leitores, não sei. Sei que muitos puritanos afirmarão, todavia, que eu inventei esse caso por pura patifaria. Porém, (credo em cruz, isola!) da minha santa cachola não sai tamanha heresia! O tal caso aconteceu para as bandas do Oriente envolvendo um santo padre e uma freirinha inocente. O deserto atravessavam e quando no meio estavam aconteceu o acidente. O camelo em que montavam, catapimba!, foi ao chão donde não mais levantou-se nem a peso de oração. Morreu deixando os coitados deveras atormentados na pior situação. Sem transporte e rodeados de areia por todo lado, o vigário olha pra freira e comenta, amargurado: – Irmã, nós vamos morrer sem ao menos conhecer que gosto tem o pecado... Portanto, que tal se a gente se amasse antes de morrer? Acho que nem é pecado... Ademais, ouvi dizer, que a razão é do freguês: – trepando só uma vez, São Pedro nem vai saber. A freira, logo de início não queria consentir mas o padre, com jeitinho, voltava sempre a insistir que ela, então, caiu do galho e, pra dar menos trabalho, começou a se despir. O padreco ao ver a freira descobrir a anatomia pondo à mostra o paraíso que seu hábito escondia, quase que sofre um enfarte: escalou o “bacamarte” que sob o sol reluzia!... Quando a freira viu de perto aquele “mussum” horrendo, quase sofre uma piloura e, de nervoso tremendo, exclamou: – Ai, minha nossa!!! Que coisa comprida e grossa!... O que é isso, reverendo???!! Ele sacode a manjuba e responde prontamente: – Irmã, isto aqui é a vida, é do prazer a semente. Quem dela o calor sentir eu posso lhe garantir que viverá eternamente! Ao escutar tais palavras, a freira falou assim: – Reverendo, estamos salvos, findou-se o tempo ruim! Se essa coisa é a vida em pêlo, meta no cu do camelo que está morto, e não em mim!

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